Automotivação: o que me move?

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Automotivação: o que me move?

O que me move? O que me faz levantar da cama todos os dias? O que me impulsiona nos momentos de escolha? É a emoção? O vício? A razão? Ou é a minha real vontade? Será que simplesmente me deixo guiar pela mão, deixando que a correnteza “me arraste moço sem ter visto a vida”?
A palavra motivação deriva do francês e do latim, significando “relativo ao movimento, móvel”.
A automotivação é integrante de um trinômio essencial à execução da programação existencial, porque equilibra a consciência no autocontrole da realização contínua: automotivação-trabalho-lazer.
Daí, concluímos preliminarmente que motivação tem a ver com dinamismo, impulso e é antônimo de tudo o que é estático.
O trinômio automotivação-trabalho-lazer é o processo da autossuficiência que conduz à realização da programação existencial de cada consciência. Em outras palavras, quando se diz que não estamos neste mundo para passar férias, significa justamente isso: temos um propósito, uma programação a cumprir (motivação), através da realização de um trabalho (prestação de serviço) para os demais, mas tudo com a leveza e alegria própria do lazer.
Compreender que não estamos aqui de férias, mas para prestar serviço a nós mesmos e aos que conosco convivem (grupocarma) não implica em castigo e abolição do riso e da diversão. O lazer é parte do trinômio que nos dá a autossuficiência realizadora, ainda que não seja o lazer do senso comum, cultuado pela sociedade e que quase sempre nos leva ao cansaço mental, emocional e energético.
Uma consciência motivada é autossuficiente e competente. É uma consciência de ação, mas não ação desordenada, aleatória, seguidora de impulsos. É aquela que usa o seu corpo mental, as suas emoções e energias a seu favor, de modo que a ação é sempre previamente planejada, cuidadosamente executada e, portanto, eficiente.
Assim, na automotivação há sempre o predomínio da vontade da consciência.
A evolução da personalidade, que se dá pelas experiências de cada existência, exige um trabalho incessante, com o desenvolvimento de todos os corpos que constituem a consciência.
A esse trabalho consciencial podemos chamar de aprendizado. Uma consciência deve estar permanentemente motivada a entender o porquê dos interesses pessoais e os motivos comportamentais da pessoa no seio do grupo evolutivo no qual se insere.
A automotivação é, pois, o estado motivacional pessoal e corresponde ao nível evolutivo de cada um, sem que isso implique em estigmatizar como certo ou errado.
Dependendo da maturidade da consciência, a motivação pode se apresentar nas seguintes categorias, dentre outras:
a) Inteligência: inteligente ou tola. Ex: usar a aposentadoria para estudar e desenvolver-se espiritualmente (inteligente) ou usar o tempo de aposentada para “aproveitar a vida, só com entretenimentos” (tolice);
b) Priorização: prioritária ou ineficaz. Ex.: optar por experiências que levam ao autoconhecimento (prioridade) ou optar por desconsiderar as experiências e os ensinamentos decorrentes (ineficiência);
c) Frequência: permanente ou esporádica. Ex.: manter-se autoconsciente o máximo possível )permanente) ou eventualmente dedicar-se a alguma experiência de espiritualidade (esporádica);
d) Racionalidade: racional ou emotiva. Ex.: utilizar-se da razão para experiências de autossuperação e de reconciliação (racionalidade) ou acumular conhecimentos circunstanciais pela simples erudição (emocionalismo).
A aspiração de estudar a si mesmo conduz a consciência ao autoconhecimento, através do discernimento e por intermédio da motivação pela experiência, prática e prioritária, no dia a dia. Por isso, a escolha da ocupação pessoal é importantíssima!.
Do que você se ocupa? Com que tipo de experiências você escolhe se ocupar?
Você desempenha a profissão preferida? Você tem ou teria opção?
O trabalho para você funciona como lazer?
A chave para as respostas a esses questionamentos íntimos pode estar na automotivação.
A motivação não é dada por elementos ou fatores externos. Então, é completamente visceral, interna. É o que me leva a mudar, apesar dos afagos ilusórios do ambiente externo. A motivação é algo que me faz ir em frente quando todo o contexto exterior apresenta razões fortes para que eu faça o contrário.
Esta motivação é espontânea, genuína e não obedece a um princípio de necessidade que impõe a você se mover, obrigando a fazer determinada coisa. A motivação também não me leva a fazer nada em vão, mas tudo tem um fim, um propósito. Os efeitos produzidos por essa motivação, o são por livre vontade da consciência.
A motivação é minha, de mim para mim mesmo. Não tem como eu motivar o outro. Posso e devo ajudá-lo, estimulá-lo ao autoconhecimento, mas essa verdadeira motivação é exclusiva de cada consciência…
A motivação vem sempre galopando sobre a responsabilidade que se manifesta no trabalho e acariciada pelo vento agradável do lazer. Portanto, não se confunde com obrigação, no sentido de ser pesado, oneroso ou mesmo desagradável.
Nascida do exercício da vontade da consciência, tem seu esteio no corpo mental e não na efemeridade das emoções.
Se não for autoconsciente, não é o que eu gosto ou prefiro que determina a minha motivação.
O que me move é o que determina a minha vontade consciente.

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Colaboradora e pesquisadora do Centro de Estudos e Pesquisas Biofísicas (CEPP), com formação acadêmica em Comunicação Social e em Filosofia, ambas pela Universidade Federal da Paraíba.

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