Qual é o melhor momento para falar?

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Qual é o melhor momento para falar?

A fala é um dos principais meios de estabelecermos comunicação com as demais consciências.
É o meio mais evidente de expressão dos autopensenes (os próprios pensamentos, as próprias emoções e energias que emanamos o tempo todo).
E é justamente por ser característica muito própria do ser humano, que a fala deve sempre ser antecedida de outra das características marcantes de toda consciência: a autorresponsabilidade pensênica.
Não podemos falar o que quisermos, a qualquer hora, em todo lugar e sem atenção e respeito a quem nos ouve…
O Saber Falar é uma das seis habilidades básicas que contribui para o nosso crescimento e evolução consciencial.
Juntamente com o Saber Ouvir, Saber Ler, Saber Escrever, Saber Traduzir e Saber Pensenizar, o Saber Falar é instrumento decisivo para a auto-observação, a autorreflexão e a consequente autossuperação.
Interessante contradição essa: a habilidade de nos comunicarmos entre os de nossa espécie (humanos terráqueos) nos tornou distintos dos demais seres vivos (ditos irracionais) e nos definiu como a espécie com mais condições de adaptação e com capacidade de modificar os diferentes ambientes do nosso planeta…. Por outro lado, provocou conflitos, disputas, desavenças, resultantes de mal-entendidos por uso inadequado de palavras, por falas em momentos quando deveríamos nos calar…
Falar… quando?
Saber ou aprender a falar com clareza e discernimento é essencial à arte de bem viver e revela inteligência evolutiva da consciência pelo emprego sadio do laringochacra. A perícia da oratória tem origem na vontade da consciência em querer comunicar-se bem.
Sob o ponto de vista do paradigma consciencial, ocupar-se da fala, escolhendo com lucidez o quê, o quando e para quem falar, revela postura cosmoética e assistencial, evitando distorções, mau uso das informações, manipulações, convencimentos…
“O melhor em situações delicadas, quando o contexto indica prudência e postura cosmoética por parte do locutor é saber calar durante o diálogo (…) Nem todas as verdades podem ser ditas de uma só vez. Há de se usar de discernimento e cosmoética fraterna” (Ana Seno, pesquisadora da Conscienciologia).
Atentemos ainda para o fato de que nem sempre a conversa é de caráter construtivo e positivo, havendo diálogos descompromissados e até inúteis. Assim é preciso ter discernimento para avaliar, com critério e lucidez, o conteúdo da sua fala.
O falar vazio não constrói, não esclarece, não leva à evolução.
Por outro lado, não estamos tratando aqui de censura:
Censura: “ato ou efeito de cercear, coibir, delimitar, impedir, intimidar, reprimir ou repreender a liberdade de expressão da consciência, intra ou extrafísica, intercorrendo em redução do discernimento e interprisão grupocármica”.
Existem duas categorias de censura, segundo a Conscienciologia:
A. Autocensura: a censura pensênica da conscin para consigo mesma. “A maior censura que existe é da própria pessoa com os próprios pensamentos”.
B. Heterocensura: a censura exercida por outra consciência, por uma instituição, por um governo…
Há momentos em que a escolha das palavras certas, no momento certo, com o objetivo de esclarecer, pode se revestir de caráter de censura com intenção cosmoética, do mesmo modo que posicionar-se de forma adequada, no ambiente e no momento propícios, é antídoto à autocensura.
Utilizar a fala para a transmissão de informações, para um diálogo informal, para as conversas sadias, de modo criterioso, moderado, ponderado e prudente, é desenvolver a habilidade do saber falar, tornando esse ato comunicativo um ato de acolhimento, de assistência e de esclarecimento à consciência receptora, em qualquer circunstância.
O Saber Falar, como toda e qualquer habilidade, pode ser desenvolvida por qualquer um de nós. Nesse trabalho de autorreflexão, precisamos desconstruir o mito de que falar bem é um “dom de nascença”.
Não.
É uma habilidade. E como tal, para se desenvolver, requer exercício diário e persistente.
A fala tem peso. Uma fala pode ser pesada ou leve. Obviamente, que não é apenas a articulação das cordas vocais que emprestam esse peso à fala, mas entram nessa balança a intenção com que se fala, a escolha das palavras a serem ditas, o tom, a emoção, entre outros fatores.
Nesse exercício de desenvolvimento da habilidade de falar, há alguns fatores que facilitam e outros que atrapalham:
Facilitadores
Moderação
Educação
Prudência
Precaução
Cuidado

Dificultadores
Descomedimento verbal
Imponderação verbal
Imoderação verbal
Imprecaução discursiva oral
Imprudência verbal
“Cala-te ou então diz coisas que valham mais que o silêncio” (Pitágoras, 571–497 a.e.c – antes da Era Comum).
Importa, pois, que cuidemos da nossa expressão verbal no dia a dia, cultivando aspectos como:

  1. Autoprodução: cuidar da apresentação pessoal, visual e intelectual, buscando nos manter saudáveis mental, emocional, energética e fisicamente.
  2. Autorganização: mantermo-nos mentalmente organizados, buscando clareza de ideias, exprimindo-as com palavras que traduzam o mais exatamente possível o que estamos tentando dizer.
  3. Citações/comparações: evitar comparações com os outros e a citação de exemplos e casos alheios. Se precisarmos citar ou comparar algum comportamento ou atitude de alguém, ainda que positivo, que sejamos nós mesmos o exemplo.
  4. Disponibilidade: estar disponível para falar de improviso quando for preciso e onde seja útil, visando ao autoesclarecimento e ao esclarecimento dos demais. Não fugir de debates, discussões difíceis, mas buscar posicionarmo-nos com lucidez, com cosmoética, com fraternidade, sem imposições, agressividade ou manipulações.
  5. Comunicabilidade: utilizar essa capacidade que nos é própria para nos relacionarmos harmoniosamente, construindo e colaborando para a convivialidade sadia.
  6. Abertismo: mantermo-nos aberta(o) aos sinais energéticos do laringochacra, buscando estabelecer uma relação de empatia na comunicação em qualquer lugar e com qualquer consciência.
  7. Expressividade: buscar sempre o aperfeiçoamento de cada detalhe da emissão da própria voz, de modo que o ato de falar seja adequado, firme, forte, claro, objetivo, mas sem agressividade ou violência.
  8. Gesticulação: melhorar a gesticulação e todo o autocomportamento corporal.
  9. Intelectualidade: esforçarmo-nos para eliminar do dia a dia a preguiça mental, investindo em estudos visando ao autodesenvolvimento. Investir no enriquecimento do nosso vocabulário coloquial, visando às exposições verbais de modo claro.
  10. Logicidade: antes de falar, busquemos ordenar a exposição verbal em sequências lógicas, cultivando a retilinearidade dos autopensenes, evitando os mal-entendidos.
    “Assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, pode estragar toda a nossa existência…..”
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Colaboradora e pesquisadora do Centro de Estudos e Pesquisas Biofísicas (CEPP), com formação acadêmica em Comunicação Social e em Filosofia, ambas pela Universidade Federal da Paraíba.

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