Capítulo 3 – A jornada inicial…
Nos estudos de Fílon sobre o Gênesis, ele afirmava que Moisés, como o maior dos profetas e o maior dos filósofos, estabeleceu as bases para o surgimento das principais filosofias na Grécia antiga.
Em sua interpretação, “até o aparecimento de Moisés, o Gênesis representa a transformação da alma antes moralmente indiferente, que, depois, se abandona ao vício, e que, enfim, quando o vício não é incurável, retorna gradualmente à virtude”.
Nessa história, cada etapa é representada por um personagem:
Adão = é a alma neutra, moralmente indiferente, sem vícios e sem virtudes. Em sua trajetória, é atraído por …
Eva = simboliza a sensação, a percepção sensorial. Esta, por sua vez, deixa-se seduzir, enganar ou distrair pela…
Serpente = representa o prazer, as paixões em excesso. Por consequência, a alma gera em si…
Caim = é o orgulho, com todo o seu séquito de males, o que o leva a excluir…
Abel = o bem.
Assim, a alma morre para a vida moral, simbolizada na alegoria pela expulsão do Paraíso, que por sua vez representa, segundo Filon, a Sabedoria.
Mas, quando o mal não é incurável, os germes do bem que estão nela podem desenvolver-se mediante…
Enós = a esperança e por…
Henoc = o arrependimento, até alcançar…
Noé = o símbolo da justiça.
Ao final dessa jornada, malgrado as recaídas que terá pelo caminho – representadas no Gênesis por episódios como o próprio dilúvio ou por Sodoma e Gomorra -, a alma pode alcançar a santidade definitiva.
Deixe um comentário