Capítulo 5 – A história de Henoc, segundo Fílon
Em Gênesis, capítulo 5, versículo 22 consta: “e Henoc andou com Deus, e, depois de ter gerado a Matusalém, viveu trezentos anos”.
A interpretação que Fílon oferece para esta passagem é a trajetória que a alma percorre após ter pecado (o mal) até o arrependimento (figurativamente representado por Henoc):
“As Escrituras legislam a respeito das fontes de todas as coisas boas no princípio do Gênesis. O que quero dizer é até certo ponto o que se segue. Elas definiram a misericórdia e a clemência um pouco antes. Neste momento, todavia, definem o arrependimento, o não escarnecimento ou o não censurar de modo algum aos que parecem ter pecado. Ao mesmo tempo, apresentam a trajetória da alma do mal à virtude como o retorno dos que correram para uma armadilha. Pois é de observar que, ao tornar-se homem e pai, em sua própria criação mesma, gerou um princípio de honradez, dizendo-se que era agradável a Deus. Pois, conquanto ele não tenha permanecido completamente na piedade, aquele período de tempo, todavia, se computou como pertencente à ordem do digno de louvor, por ter sido agradável a Deus por muitos anos. E tais anos são simbolicamente mencionados talvez não pelo que ele era, mas outro acreditava que ele aparecia. As Escrituras, porém, revelam o ordenamento das coisas. Sim, porque não muito tempo depois do perdão de Caim, introduzem o fato de que Henoc se arrependeu, informando-nos que a clemência está acostumada a gerar arrependimento” (p. 94).
A leitura do livro “Questões sobre o Gênesis” ajudou-me a refletir sobre desenvolvimento das virtudes, pois o uso dessas alegorias para explicar a “Criação do Mundo” torna o texto contido na Bíblia mais fácil de entender e de assimilar.
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