“Cada um é responsável por todos” (Saint-Exupéry)
Não evoluímos sozinhos e por isso vamos sempre ressomar em e com um grupo. O nosso grupo evolutivo reúne consciências, mais ou menos lúcidas, que evoluem juntas conforme a afinidade de emoções, ideias e atos. É o mesmo que grupocarma em relação à lei de causa e efeito. As consciências formam famílias conscienciais.
Na visão conscienciológica, evolução pessoal exige convivência com paciência, conforme as variáveis multidimensionais e pluriexistenciais. Na condição de consciências em estágio de aprendizado, estamos submetidos à inevitável lei da inseparabilidade grupocármica.
Conviver implica intercooperação para o benefício geral.
Como conviver e interagir, de modo lúcido e esclarecedor, com as consciências do nosso grupo evolutivo?
A atitude pró-grupal ou pró-convivialidade sadia traduz-se pela demonstração pacífica de convivência dos diversos modos de ser e de pensar com relação às consciências de qualquer grupo. Não se refere aqui à tolerância passiva, permissiva para com atrocidades imaturas, mas à convivência inteligente, cosmoética, respeitando o livre-arbítrio alheio, mesmo contrário ao próprio posicionamento.
As oportunidades evolutivas e de transformação pessoal estão na convivência grupal diária.
O principal desafio nas interrelações cotidianas é o enfrentamento dos traços falhos pessoais, próprios e alheios. Porém, tal enfrentamento realizado lucidamente reverbera no grupo positivamente pelo exemplarismo.
O linguista inglês, Paul Grice, formulou o PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO dentro de um processo comunicativo e que está fundamentado nas seguintes máximas conversacionais:
1. Quantidade – faça sua contribuição tão informativa quanto necessária;
2. Qualidade – faça sua contribuição de modo verdadeiro. Não diga o que você acredita ser falso. Não diga senão aquilo para que possa fornecer comprovação adequada.
3. Relação – seja pertinente, relevante, não diga algo desfocado;
4. Modo – seja claro. Evite obscuridade de expressão. Evite ambiguidades. Seja breve (evite prolixidade desnecessária). Seja ordenado.
Muito embora seja bastante criticado por alguns outros linguistas, por dar ênfase ao modo e à forma de dialogar, esse princípio contribui para a convivialidade e a comunicação sadias, na medida em que nos ajuda a perceber o nosso “jeito” de conversar com as pessoas.
“A razão mais lógica de as consciências ressomadas estarem na mesma dimensão para interagir está no benefício da evolução de cada uma, em grupo” (Waldo Vieira).
Anette Leal – Colaboradora e pesquisadora do Centro de Estudos e Pesquisas Biofísicas (CEPP), com formação acadêmica em Comunicação Social e em Filosofia, ambas pela Universidade Federal da Paraíba.
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