Hábitos e Meditação
A vida é cheia de desafios mais ou menos complexos que podem funcionar de duas maneiras:
1- Ampliando a nossa percepção sobre a existência;
2- Funcionando como entrave para o nosso crescimento.
Uma boa parte desses desafios está relacionada a algum conteúdo interno que precisamos superar, e parte desse conteúdo conhecemos como hábitos. Aqueles hábitos que nos levam a agir e decidir de maneira mecânica, inconsciente e equivocada, atrapalhando as mudanças que queremos realizar.
Qual a forma de intervirmos nesse processo, considerando que parte dele está nos porões da mente, no inconsciente?
É investindo no autoconhecimento, que é o mesmo que dizer investir no conhecimento sobre como funcionamos pensenicamente (pensamento + sentimento + energia).
Aqui estamos sempre falando que a maneira mais eficaz é através da meditação, enfatizando a importância de tornar cada vez mais claro para nós, o que seria esse estado de consciência.
Lembramos o que não é meditar, para que não percamos tempo com crenças, que ao invés de nos aproximar de nós mesmos, distancia-nos: meditar não é parar de pensar, mas um estado de consciência que corresponde a um nível de percepção totalmente diferente do que estamos acostumados. Nas palavras de Jon Kabat-Zinn, “Meditação não é sobre sentir uma experiência especial que você não tem; é reconhecer que momento a momento, as experiências que você tem, são incrivelmente especiais.”
Reflitamos ainda:
1- Nossa existência tem sido condicionada pelos hábitos adquiridos ao longo da vida. Eles não apenas compõem a nossa rotina (escovar os dentes, banhos diários, fazer atividade física, meditar), como influencia a forma como nos identificamos e nos expressamos no mundo.
2- Nem todos os nossos hábitos são pró-evolutivos. Existem alguns hábitos atuais que podem estar nos prejudicando: fumar, comer em excesso, maledicência, não levar desaforo para casa, olhar as redes sociais por longo tempo, etc.
3- Nesse momento, da sua existência você pode estar fazendo algo prejudicial, sem perceber. Muitos hábitos são inconscientes.
4- Muitos hábitos prejudiciais têm sua origem em sentimentos ou emoções, dos quais não temos consciência. Por exemplo, o hábito de procrastinar, decorrente da insegurança e/ou do perfeccionismo. E se formos mais a fundo na autopesquisa poderemos encontrar uma parte em nós, que está querendo nos proteger de algo.
A meditação pode ajudar você a se compreender, sob uma nova perspectiva.
Muito provavelmente se você já experimentou meditar, observou que não foi possível intervir ou permanecer consciente do fluxo de pensamentos, por muito tempo.
Talvez você tenha se visto preso por diálogos internos críticos, pensamentos que apenas reforçaram emoções geradoras de desconforto. Você esperava algo especial e prazeroso (e pode até ter tido algumas vivências nesse sentido), mas teve um encontro com suas neuroses. E depois de algum tempo, acabou abandonando o seu objetivo.
A boa notícia é que, se você não pode impedir o fluxo de pensamentos contraproducentes, você pode desidentificar-se deles, e é aí que a “magia” acontece.
Através dessa nova maneira de se relacionar com seus pensenes, você cria o espaço necessário para impedir que o círculo vicioso se autoalimente. Quando você conscientemente volta a sua atenção para o que está acontecendo com você no presente, observando o fluxo dos pensamentos, você gera um espaço entre você e eles. Espaço que quando acompanhado de empatia, aceitação e compaixão, modifica sua forma de ver você mesmo e o mundo.
A partir da compreensão que surge daí, você vai se tornando menos crítico e julgador, vai se tornando mais compassivo, sua mente tagarela vai diminuindo sua intensidade porque sua multidão de eus vão saindo do escuro, e sob a luz, eles vão se integrando. Munido de consciência você vai experimentando outras dimensões de si mesmo, experimentando a beleza da vida.
“Aprender a aceitar a si mesmo e suas imperfeições lhe dá a resiliência necessária para prosperar.”
(Participe da Meditação Guiada, que acontece toda 2ª segunda-feira de cada mês, no Centro de Estudos e Pesquisas Psicobiofísicas – CEPP)
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