Sobre viver…
Assim como o estresse, um certo grau de pressão possui efeitos positivos na nossa vida. Ajuda-nos a irmos em direção aos nossos objetivos, tirando-nos da zona de conforto. Mas existe um limite (gerador de tensão) que quando ultrapassado pode levar a problemas físicos, emocionais e mentais. Por isso, aprender a equilibrar tensão e relaxamento pode ser um investimento de grande importância para nossa saúde física e mental.
Já falamos anteriormente sobre a lei do efeito contrário ou reverso, segundo a qual “se você tentar fazer uma coisa com todo o seu empenho, só conseguirá produzir o contrário”. Como, por exemplo, quando queremos muito lembrar o nome de uma pessoa e não conseguimos; ou pessoas que estão exaustas e quanto mais se esforçam para dormir, mais despertas se percebem.
Nestes casos, parecemos sempre estar indo ao encontro do que não desejamos, ao invés do que queremos: “Faça tudo para evitar uma coisa e você acabará dando de cara com ela.” Você conhece alguém que morre de medo de ser assaltado e já passou pela experiência várias vezes?
Isso nos leva a pensar que talvez fosse muito mais útil para nós, a partir da auto-observação e identificação do que não queremos, focarmos no que queremos. Às vezes descrevemos aquele traço falho, aquele sintoma ou relacionamento nada saudável, com tanto “carinho” e ao mesmo tempo tensão, que não nos damos conta de que a nível inconsciente ainda o estamos cultivando, ou seja, focando no que não queremos.
Conhecer, por exemplo, o hábito que está nos prejudicando, que não condiz mais com o tipo de vida que queremos levar, e se convidar para fazer a melhoria, no melhor estilo “eu preciso, eu quero, eu posso e eu vou”, é gerar um clima propício para mudança. Mas é preciso que haja esforço na medida certa.
E focar no que queremos nem sempre é focar no que acreditamos ser o contrário do que não queremos. Exemplo: se eu me percebo desorganizado, eu posso começar a trabalhar na minha organização, e tudo bem. Mas às vezes, eu preciso mais do que isso, porque minhas estratégias parecem não estar dando certo, por mais que eu planeje. Então, onde estaria a falha? Uma possibilidade é que esteja na equação: eu preciso (preciso?), eu quero (quero?), eu sei (sei?), eu posso (posso?) = teática (teoria + prática).
Por isso, nos últimos tempos eu tenho focado muito na pergunta: “Que pessoa eu quero ser?”. A pessoa que você é neste momento tem muito a ver com seus pensenes (pensamento + emoção + energia). Sua identidade, nessa existência, está relacionada com sua identidade pensênica, ou seja, com suas crenças e valores sobre as pessoas, sobre o mundo e principalmente sobre você mesmo. Então, grande parte da sua dificuldade em efetivar mudanças significativas pode estar relacionada a crenças que você nem sabe que tem. E aí, quanto há de semelhança entre a pessoa que você quer ser e a pessoa que você é (está)?
Deixe um comentário