Ações cosmoéticas visando à evolução
Cosmoética é padrão de comportamento evolutivo universal e multidimensional; um código de conduta próprio que cada consciência vai construindo pelas experiências que acumula nas séries de existências que vive. Esse código está vinculado, pois, à intenção e à vontade que a consciência emprega no seu próprio processo evolutivo.
Além do entendimento sobre cosmoética, precisamos ter em mente o conceito de evolução como um processo provocado, devidamente planejado e cuidadosamente executado.
A evolução da consciência se faz a partir da vontade pessoal, mas sempre com a ajuda dos outros, porque ninguém consegue dinamizar a sua progressão íntima sozinha.
Na intersecção e na interação entre cosmoética e evolução, a consciência cresce, se desenvolve … ou não. Por sua vontade, decide pensar, sentir e agir ou a favor ou contra a sua programação existencial, assimilando/percebendo ou ignorando os vários sinais que lhe revelam o caminho já percorrido e o que lhe cabe construir.
De que você se ocupa? Você desenvolve aquilo de que está ocupado, aquilo em que sua atenção e energias estão empregadas. Há vários tipos de ação, desde a mais simples até a mais complexa e todas elas têm a mesma importância quando feitas de forma consciente…
A base de manifestação de todas as consciências é constituída por 3 componentes indissociáveis denominados PENSENE: a ideia ou pensamento (PEN), a emoção ou sentimento (SEN) e a energia (ENE).
Não é possível a manifestação concreta de um pensamento sem carregar junto algum sentimento ou emoção. Nem a manifestação concreta de alguma energia consciencial sem conduzir também certa mescla de sentimento. O pensene (pen + sen + ene) é a unidade de manifestação prática, tanto da personalidade humana quanto da consciência extrafísica; ou, ainda, da conscin ou consciex quando projetadas em outra dimensão consciencial diversa daquela em que estejam.
Assim, a ação, como manifestação do pensamento qualificado pela emoção, é evolutiva quando o pensamento de onde partiu e o sentimento que lhe impõe uma qualidade são também evolutivos.
Sua consciência é mais do que a energia em todas as suas formas e manifestações. Isto porque a energia consciencial dinamiza a evolução em nosso atual nível de discernimento entre as dimensões da vida, rumo à maturidade integral e à condição da desperticidade.
Há, no Universo, uma energia que permeia tudo o que existe: é a energia imanente, primária, essencial, impessoal, inexaurível, difusa e onipresente. A energia imanente é a realidade mais aproximada do que podemos entender como perfeição, o sinergismo em um nível quase absoluto.
A energia consciencial é a que você absorve das fontes da energia imanente e emprega em suas manifestações gerais ou em seus pensenes constantemente.
Todos os pequenos atos, grandes ações, atitudes ou posturas humanas se compõem, necessariamente, dos 3 elementos inseparáveis (pensamento, sentimento e energia), atuando sempre em conjunto.
No entanto, em nosso atual nível evolutivo na Terra, o mais útil à você e a mim, dentre os 3 componentes dos pensenes, ou o mais funcional à autevolução, é o domínio prático da energia consciencial, a fim de que os pensamentos lógicos venham a predominar constantemente sobre as nossas emoções ainda animalizadas.
Em geral e evolutivamente falando, a maior parte da humanidade é doentia, consciências escravas de valores mesquinhos e fundamentados no poder e riquezas materiais desta existência intrafísica e efêmera. Pode-se aferir essa realidade através dos orçamentos militares absurdos dos países mais civilizados; da priorização dos governos ao setor de segurança/militar, em detrimento da saúde e educação públicas; e da degradação e poluição ambiental por ambição/ganância.
Então, arrogantemente até, nos olhamos no espelho e dizemos: não construí diretamente esta sociedade intrafísica (socin): ela já existia quando aqui ressomei.
Sem dúvida já a encontramos em funcionamento precário, mas hoje somos parte integrante e indissociável dela como uma minipeça em um maximecanismo. Reconhecer essa nossa condição de co-partícipe é sempre fundamental, pois somos responsáveis por esta socin, em parte. Nossa vida pessoal, ainda que anônima, sem destaque público, é importante para a vida da maioria das pessoas.
No entanto, não somos obrigados a viver doentiamente como a média dos demais membros da sociedade humana. Podemos escolher entre viver subordinados à essa média doentia ou respirar sadia e livremente.
Evoluir é absorver, discriminar, circular, transferir, captar, transformar, modular, dispersar, acumular, recompor, emitir e projetar a energia consciencial para níveis de lucidez cada vez maiores.
Nesse contexto e visando agir de forma evolutiva, devemos primar por desenvolver o mentalsoma, considerando que é o pensamento quem deve comandar os demais corpos inferiores (emocional, energético e físico), imprimindo-lhe a marca da ação cosmoética.
Um dos aspectos mais relevantes na análise do mentalsoma refere-se à questão fundamental de que tanto no renascimento humano e seu restringimento consciencial, rigoroso e inevitável, quanto na desativação somática e sua libertação temporária no período intermissivo, os fatos não alteram a natureza essencial e característica dos seus pensenes. Ou seja: a essência do que você pensa e sente acompanha você de existência em existência.
O mentalsoma predispõe a sua consciência e seus atributos conscienciais às manifestações regidas pela racionalidade, a lógica e discernimento. Portanto, os seus pensamentos refletem o quanto de lucidez você possui e o quanto você é capaz de discernir entre o que é cosmoético e o que não é.
A lucidez é o fator essencial que determina e especifica o seu nível evolutivo atual.
O discernimento resulta da seguinte equação: incentivo ao uso do mentalsoma + conhecimento + experiências.
A lógica apura a racionalidade da consciência. A racionalidade gera, como consequência, o discernimento. O discernimento instala a condição da holomaturidade. A holomaturidade permite a evitação dos atos repetitivos inúteis na vida humana, através dos descondicionamentos, das desrepressões e das dessacralizações generalizadas.
São exemplos de atitudes/ações cosmoéticas visando à evolução:
a) Auto-observação/autoconhecimento, autossuperação/reconciliação, assistencialidade: o tripé de sustentação de toda programação existencial.
b)Disponibilidade ao serviço: ressomamos, a cada existência, com o objetivo maior de servir às outras consciências. Em seus desejos e evocações, coloque os semelhantes em primeiro lugar. É melhor ser inteligente e desistir de pedir exclusivamente para você.
c) Altruísmo: ajuda permanente às conscins imaturas quanto à multidimensionalidade autolúcida. O monge Matthieu Ricard definiu assim o altruísmo: “não consiste em fazer algumas boas ações de vez em quando, mas em estar constantemente preocupado, interessado pelo bem-estar de outrem. (…)”
d) Desapego: não há nada eterno na vida humana, inclusive as coisas negativas ou que não atendem aos nossos interesses, em geral ainda muito egoísticos. Portanto, tudo, absolutamente tudo e todos, têm existência física (material) efêmera.
e) Maxifraternidade: nível de altruísmo deliberado. Não há como evoluirmos sozinhos, porque, por natureza, somos consciências que evoluem sempre juntas. Por isso é que é tão importante a harmonia no convívio com os demais e é justamente por isso que devemos, o mais rapidamente possível, aprender a entender, amar e perdoar a nós mesmos e aos outros. Que aconteça o melhor para todos.
f) Megauniversalidade: senso pessoal de antisectarismo vivenciado; cosmopolitismo; democracia cosmoética; economia ecológica; mentalidade libertária (esclarecedora). Toda autoevolução consciente deve ter a perspectiva universalista e não restrita ao grupocarma.
Há ainda a MEDITAÇÃO que, embora não seja uma ação mas um estado, nos induz a não dar importância ao que não tem importância, livrando-nos de sofrimentos inúteis (Frei Beto).
São também posturas prioritárias à evolução:
a) Entendimento da indestrutibilidade da consciência;
b) Vivência de emoções e sentimentos racionalizados;
c) Reconhecimento de si próprio como agente catalisador da evolução de todos;
d) Organização racional das próprias ideias e da própria vida;
e) Obtenção de um nível máximo de desrepressão.
É bem verdade que devemos estar atentos às atitudes estagnadoras da evolução, ou em outras palavras, àquelas atitudes que, além de nos atrasar na caminhada, nada nos acrescenta..
São exemplos de ações não evolutivas:
a) Violência, em qualquer dos seus níveis (verbal, emocional, física…) e em qualquer grau);
b) Egoísmo/agir por instinto: O elemento predominante nos pensenes das personalidades humanas em geral, hoje, é o dos seus sentimentos manifestos, antes de tudo, pelo psicossoma, caracterizados por emoções ainda muito egocêntricas ou infantis, imaturas quanto à evolução consciencial;
c) Comodismo / preguiça: preferência por ficar sempre em cima do muro, apelando para mecanismos de defesa do ego, contra a lógica e o discernimento, o que implica em desperdício de tempo e esforço (energia);
d) Impulsividade / reação: leva apenas à prática de ações impensadas;
e) Desorganização, em todos os níveis: a coerência de nossas ações, planejadas no tempo e no espaço da vida humana, está entre as mais legítimas demonstrações de maturidade consciencial.
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